|
||
|
Procuram-se cabeças frias
A tranquilidade que não se tem para administrar um jogo resolvido
![]() Viradas e muitos gols não são incomuns no futebol de 7, ainda mais quando a maioria das equipes joga um campeonato pela primeira vez. A 5ª divisão é a porta de entrada na Liga onde pode bater quem queira levar o time campeão do bairro ou os amigos barrigudos da pelada de segunda. Cada jogo é, por essência, um encontro de duas realidades distintas e absolutamente desconhecidas. O Pacificadores, de Duque de Caxias, é bem estruturado taticamente, sabe rodar a bola com eficiência e encontrar os melhores espaços para finalizar. Por isso, a pressão dos primeiros minutos flerta com o insuportável, e se agrava com erros básicos de saída de jogo do SporTV. Mas, como futebol não fosse uma ciência exata, é pelos pés do eficiente Anderson Pitanga que sai o primeiro gol, num misto de vontade e oportunismo. Não era justo mas parecia perfeito, até a finalização da entrada da área achar o canto esquerdo de Rafa, que chega a tocar nela, em vão. Logo em seguida, falta próxima ao gol, e a orientação passada como recomendação na resenha pré-jogo se revela uma profecia: a barreira abre e os adversários chegam à virada. A sacada de Felipe Braga é lançar mão de um time ofensivo, sem medo de deixar a zaga ainda mais exposta. André passa a fazer dupla com Pitanga na frente e é dali que sai o gol de empate. Escanteio da direita e o primeiro desvia para o camisa 10 igualar o placar. Se o resultado persistisse até o fim não seria injusto, mas a tarde no Alto da Boa Vista reservaria grandes momentos no segundo tempo. A tática dos azuis se mantém e começa a consagrar o goleiro adversário, com defesas milagrosas. Mas ele não segura firme o chute cara a cara de Pitanga, que André aproveita. Dois minutos depois, outro chute, mais uma defesa parcial e Pirainha enche o pé no rebote para ampliar. Jogo resolvido? Só até o lance capital. O passe errado de Coutinho termina no gol relativamente fácil dos Pacificadores, mas, o que deveria ser apenas um susto se transforma no início da desordem psicológica. Braga pede tempo com sabedoria e corrige o meio, mas, parte pelo cansaço, parte pela falta de frieza, o Canal Campeão se perde em campo. Não só é sufocado como erra passes demais e finaliza de menos. O quarto gol vem na jogada veloz pela direita completada com o gol vazio. Ainda assim, Pitanga tem a chance de matar a partida, mas seria injusto botar a derrota iminente na conta do autor de dois gols. A última virada do jogo (terceira, a bem da verdade) começa num chute espirrado de Piranha, no bater cabeça entre ele e Pedro e na decisão de Rafael permanecer no gol, quando poderia ter saído abafando antes do chute cruzado. Dois minutos para o fim e a derrota escancara até com certa crueldade a fragilidade emocional no domingo do Alto da Boa Vista. Nada que deixe o campeonato perdido. Com 2 de saldo negativo, mas 5 gols marcados em duas partidas, o SporTV aparece na terceira posição e só depende de si. Vencendo os jogos restantes, se classifica, na pior das hipóteses, em terceiro. Cabeça fria, coração quente e um pouco mais de sorte. Pensar no título não é proibido, mas é preciso tranquilidade para corrigir a rota. Hora de recarregar as baterias para entrar ligado do primeiro ao último minuto contra os Galáticos.
|
|
||||
|